terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Pesquisadores estrangeiros visitam áreas rurais do interior


Um grupo multidisciplinar composto por oito pesquisadores do Projeto Intecral (Integração de eco-






tecnologias e serviços para o desenvolvimento rural sustentável no Rio de Janeiro) visitou, entre os dias 30 de novembro e 4 de dezembro, as microbacias trabalhadas pelo Rio Rural nas regiões Serrana e Noroeste para identificar áreas prioritárias, conhecer as peculiaridades de cada região e avaliar o grau de organização comunitária nas localidades. Trata-se das primeiras ações da cooperação técnica internacional entre os governos fluminense e alemão, assinada em meados de setembro, e que envolve instituições de pesquisa nacionais e estrangeiras, dos setores público e privado, além de atores locais. O país europeu pretende investir cerca de R$ 9,2 milhões em pesquisas e na criação de soluções para melhorar a produtividade dos agricultores.

No interior do estado, o Intecral vai trabalhar, prioritariamente, o monitoramento de água, áreas degradadas e cadeias de valor. “Estas visitas são importantes para definir o plano de trabalho do Intecral. Os estudos vão nos fornecer ferramentas e respaldo para fazer intervenções em escalas maiores nas áreas prioritárias”, esclarece Marcelo Costa, assessor técnico do Rio Rural que acompanhou os pesquisadores em campo.

Na Serra, a primeira atividade foi uma reunião na microbacia Barracão dos Mendes, com a participação de técnicos da Prefeitura, Emater-Rio, Rio Rural, membros do Cogem (Comitê Gestor da Microbacia) e do Comitê de Bacias do Rio Dois Rios. O objetivo foi discutir a aplicação de tecnologias agrícolas e integrar ações de saneamento com o comitê de bacias na região selecionada para o desenvolvimento do projeto piloto. Na sequência, uma reunião com produtores rurais das microbacias Santa Cruz e São Lourenço. Em Trajano de Moraes, o grupo conheceu o projeto "Rio Macabu em ação: história, conhecimento e vida", que desde o primeiro semestre realiza o monitoramento da qualidade da água em 11 pontos do Rio Macabu.

No Noroeste Fluminense, foram visitadas microbacias com diferentes arranjos produtivos. Em Porciúncula, os estudiosos conheceram o plantio de café em sistema agroflorestal. Em Varre-Sai, as RPPNs (Reservas Particulares do Patrimônio Natural) criadas com apoio do Rio Rural. Em São José de Ubá, foram à microbacia Santa Maria, onde o programa implantou o monitoramento completo. Os pesquisadores se reuniram com o Cogem e com a associação local de produtores, e visitaram diferentes propriedades rurais. Conheceram também áreas com nascentes protegidas, plantio agroecológico de hortaliças, pastoreio rotacionado e o trabalho de monitoramento da biodiversidade com a polinização das abelhas, desenvolvido pelo Rio Rural em parceria com a Uenf (Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro).

Dietmar Sattler, pesquisador alemão da Universidade de Leipzig, se surpreendeu com o comprometimento dos agricultores. “A paixão do produtor é visível. Quando ele entende o que é a sustentabilidade, se empenha para mudar o modo produtivo, porque sabe que vai ter mais qualidade de vida”, concluiu Sattler, especialista em recuperação de solos degradados. Outro fator que chamou a atenção do pesquisador foi o processo participativo de decisão, com a formação dos comitês gestores. “Eles decidem com base na demanda de todos e isto contribui para melhorar a situação econômica e a sociedade rural”, disse.

A viagem terminou no Centro Estadual de Pesquisa e Desenvolvimento da Pecuária Leiteira da Pesagro-Rio, em Itaocara, onde os pesquisadores conheceram experimentos utilizados na avaliação de espécies nativas para reflorestamento de áreas degradadas. O Projeto Intecral começará a ser executado em 2014, durante três anos, a partir de um plano de ação, em fase de desenvolvimento.

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