segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Embrapa Solos fará monitoramento de microbacias do Interior




Pesquisadores da Embrapa Solos visitaram, entre os dias 2 e 5 de novembro, microbacias priorizadas pelo Programa Rio Rural no Noroeste Fluminense (São José de Ubá), na Região Serrana (Bom Jardim e Nova Friburgo) e na Baixada Litorânea (Cachoeiras de Macacu). A visita técnica é mais uma das atividades decorrentes de parceria firmada entre a secretaria estadual de Agricultura e o Centro Nacional de Pesquisas do Solo (unidade da Embrapa considerada referência internacional no estudo de solos tropicais) para monitoramento do meio físico em microbacias selecionadas.

Integrada por pesquisadores com diferentes especialidades técnicas, a equipe foi ao interior do Estado para selecionar áreas que terão um acompanhamento efetivo, nos próximos quatro anos, da evolução dos agroecossistemas implantados pelo Rio Rural. Tudo isso será sistematizado por meio de análises de solos, água, clima, estoques de carbono, biodiversidade e indicadores socioeconômicos. “Vamos estabelecer os parâmetros da mudança, comparando o antes e o depois dos agricultores adotarem as práticas sustentáveis subsidiadas pelo Rio Rural”, explicou a engenheira agrônoma Joyce Maria Guimarães Monteiro, coordenadora do monitoramento junto à empresa de pesquisa.

As visitas a campo tiveram como objetivo conhecer as microbacias trabalhadas, através da análise de documentos como o DRP (Diagnóstico Rural Participativo) e o PEM (Plano Executivo da Microbacia), e também da observação in loco. Em São José de Ubá, o monitoramento será feito na microbacia Santa Maria. Na ocasião, os pesquisadores se reuniram com os extensionistas da Emater-Rio com o Cogem (Comitê Gestor da Microbacia) e com o presidente da Aprovisam (Associação local de Produtores e Moradores), onde percorreram várias propriedades rurais.

Na Serra, a primeira visita foi na microbacia Santo Antônio, em Bom Jardim. Recepcionados pelo técnicos executores do Rio Rural, Maurício Latini, Marcos Belo e Marcos Sullivan, a comitiva percorreu áreas de produção de hortaliças e também de pecuária leiteira. Uma delas foi o sítio do presidente da Associação de Moradores, Produtores e Artesãos de Barra Alegre, Jorge Castro, que fornece alimentos para a merenda escolar da rede pública e escoa o restante da produção para o mercado da Ceasa-RJ, na Capital. Em Nova Friburgo, o grupo conheceu diversas propriedades nas microbacias Barracão dos Mendes, Santa Cruz e São Lourenço, regiões recentemente beneficiadas por vários projetos de recuperação da capacidade produtiva através do Rio Rural Emergencial e que já vem recebendo os primeiros recursos financeiros do Rio Rural BIRD. Já em Cachoeiras de Macacu, o encerramento dos trabalhos foi na microbacia Batatal, área que atualmente possui um projeto de monitoramento hidrológico da Bacia do Rio Macacu.

“Queremos aproximar o trabalho de pesquisa com a extensão rural e, para isso, é importante conhecer as demandas e identificar produtores comprometidos com as práticas sustentáveis. É o monitoramento do trabalho com estes produtores que vai nos fornecer os parâmetros desejáveis. Vamos divulgar os resultados, mostrando a evolução na qualidade do solo, água, recuperação de áreas degradadas, qualidade de vida sem uso de agrotóxico, para que outros agricultores desejem aderir às práticas sustentáveis”, disse Joyce.

O monitoramento inclui, também, a quantificação do carbono/biomassa do solo em diferentes usos (pastagem, floresta) e também da vegetação. O objeivo é mensurar a quantidade de carbono sequestrado a partir de práticas agrícolas sustentáveis, com o intuito de facilitar o cálculo para fins de pagamento por serviços ambientais (PSA) aos produtores familiares que implantam projetos ambientalmente adequados.

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