sábado, 21 de dezembro de 2013

Oficina ensina manejo agroecológico para criação de animais














Produtores rurais do Noroeste Fluminense participaram, da 1ª Oficina de Manejo Agroecológico da Produção Animal, que aconteceu no auditório do Sebrae-RJ, em Itaperuna. O objetivo foi apresentar aos técnicos agrícolas e aos agricultores familiares práticas de manejo que aumentam a produtividade e garantem a qualidade de vida dos trabalhadores rurais, o bem estar dos animais e a preservação dos recursos naturais. A atividade foi mais uma ação da Rede de Pesquisa, Inovação, Tecnologias e Serviços Sustentáveis em Microbacias Hidrográficas, criada com apoio direto do Programa Rio Rural (da secretaria estadual de Agricultura) para atender a demanda levantada pelos produtores rurais do Noroeste, que apontaram o acesso à informação e à assistência técnica como prioridade para o desenvolvimento da cadeia de produtos agroecológicos e orgânicos.

As palestras foram proferidas pela zootecnista Fabiana Nobre, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA); pela médica veterinária Mônica Florião e pelo zootecnista Carlos Elysio Moreira da Fonseca, ambos da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ). As técnicas mostradas se aplicam a criação de diversos animais – gado de leite e de corte, aves, caprinos e ovinos – atividades comuns no Noroeste Fluminense. Fabiana Nobre explicou que a propriedade rural é um organismo agrícola onde todos os elementos precisam estar em harmonia. “Prezamos pelo equilíbrio, pelo bem estar econômico, social e ambiental. As boas condições de trabalho, o bem estar dos animas, o respeito às tradições e vocações locais, a compra dos insumos e a comercialização dos produtos, a qualidade de vida da família. Tudo está articulado”, explicou a zootecnista.

Cuidando do ambiente e da pastagem, o produtor rural reduz a necessidade do uso de medicamentos alopáticos e antiparasitários que geram resíduos químicos e poluem o solo e o ambiente. A agroecologia preconiza o uso de medicamentos fitoterápicos (à base de plantas) e homeopático. Os técnicos ressaltam, ainda, que todas as vacinas são obrigatórias e fazem parte do processo preventivo de doenças. “Agir preventivamente é muito melhor do que agir curativamente. O manejo adequado previne o surgimento de doenças e parasitas, evita o estresse do animal, e reduz os custos para o produtor. As práticas agorecológicas são simples e aplicáveis a qualquer propriedade. Com o tempo, as novidades viram rotina e tudo flui naturalmente”, explicou Mônica Florião. Já Carlos Elysio reforçou a importância da higiene em todo o processo produtivo e da infraestrutura adequada para a acomodação dos animais.

Cerca de 50 pessoas participaram da oficina, entre técnicos agrícolas e produtores rurais. O casal Sebastião Carlos e Maria Dilma Ferreira, donos da fazenda Boa Esperança, em Itaperuna, quer aumentar a produção do leite. “Hoje produzimos apenas 15 litros por dia. Queremos melhorar o terreno e aumentar a produção com qualidade. O produto químico está perdendo vez para o natural. Pelo o que vimos aqui, não e difícil. Já conhecemos a atividade e com orientação técnica fica fácil”, disse a produtora.

Na parte prática, os produtores rurais responderam um questionário para levantamento de demandas e preencheram o Caderno Plano de Manejo Orgânico da Produção Animal, desenvolvido pelo MAPA. O caderno registra as condições atuais da propriedade. Através dele, os técnicos vão acompanhar o desenvolvimento e o resultado das práticas agroecológicas implantadas. No final, 30 participantes receberam sementes de milho e de soja. Eles vão plantar e multiplicar as sementes que não são transgênicas, para que no próximo ano outros agricultores tenham acesso a sementes de qualidade. O milho e a soja são importantes fontes de alimentação dos animais.

A Rede de Pesquisa, coordenada pelos consultores do Programa Rio Rural, Eiser Fellipe e Ana Paula Pegorer, é fruto de parceria entre o Programa Rio Rural, Emater-Rio, Pesagro-Rio, Sebrae-RJ e outros parceiros institucionais com a UFRRJ, MAPA, Embrapa Agrobiologia e a Cedro (Cooperativa de Consultoria, Projetos e Serviços em Desenvolvimento Sustentável).

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