sexta-feira, 21 de março de 2014


Projeto Intecral inicia trabalho de campo no Norte do Estado


A comitiva de pesquisadores estrangeiros - que chegou a Campos na semana passada para estudos da cadeia produtiva da cana-de-açúcar - retornou à Europa, mas, antes, concluiu a primeira etapa das atividades conhecendo a forma de produção nas lavouras que estão sendo replantadas nas fazendas da Usina Sapucaia, que desde o ano passado é administrada pela Coagro (Cooperativa Agroindustrial do Estado do Rio de Janeiro). O grupo integra a equipe do Projeto Intecral (Integração de Eco-tecnologias e Serviços para o Desenvolvimento Rural Sustentável no Rio de Janeiro), uma cooperação técnica entre a secretaria estadual de Agricultura (através do Programa Rio Rural), o Ministério da Educação e Pesquisa da Alemanha (BMBF) e várias instituições públicas brasileiras de ensino superior, extensão rural e pesquisa agropecuária.

Embora parte dos estudiosos tenha retornado, um dos pesquisadores alemães permancerá no município por, pelo menos, mais seis semanas até se conclua o levantamento de todo material sobre a atividade canavieira, necessário ao desenvolvimento de um protótipo de colheitadeira adaptado às condições da região. O equipamento será focado nas lavouras dos agricultores familiares, atendendo as necessidades econômicas e geográficas de suas pequenas propriedades. O engenheiro agrônomo Carl-Friedrich Gaese, pesquisador da Universidade de Colônia, fará a coleta de dados. “A visita foi muito produtiva. Gostamos muito do que vimos e achamos tudo muito interessante”, revelou. No primeiro contato com a lavoura campista ele teve a companhia do engenheiro mecânico Torsten Meyer e da também engenheira agrônoma Dagma Gaese, que atuam na mesma instituição.

Acompanhados dos técnicos locais José Marcio Ferreira (Centro Estadual de Pesquisa em Agroenergia e Aproveitamento de Resíduos da Pesagro-Rio) e Luiz Carlos Teixeira (Escritório Regional da Emater-Rio), o grupo conheceu áreas de plantio que estão sendo refeitas para a colheita mecanizada, além de sistemas de irrigação. Eles puderam ainda acompanhar o plantio de uma área nova e receber explicações sobre as técnicas utilizadas na região. Eles conheceram também a área de indústria que está sendo reformada para a moagem da próxima safra e o pátio onde está guardado o maquinário usado nas lavouras na década de 1970 e no parque industrial.

Todos os esforços para a mecanização da colheita da cana-de-açúcar foram intensificados depois que entrou em vigor a Lei Estadual nº 5.990/2011, que determina a diminuição gradativa da queima da cana até sua extinção em 10 anos, de autoria do secretário estadual de Agricultura, deputado Christino Áureo. Coordenador agrícola da Coagro, Marcos Vasconcelos recebeu o grupo e disse que, embora pareça muito tempo para a adequação, é preciso pensar e agir para promover a transição. “Estamos atentos quanto a mecanização gradativa. Infelizmente não temos na região mão de obra para o corte da cana sem queima. Uma década passa muito rápido. Só o fato de poder contar com esta pesquisa para o desenvolvimento de uma máquina adaptada para a agricultura familiar será muito bom para o setor”, garantiu o representante da cooperativa.

Rio Rural


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