terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Proteção ambiental fortalece produção de cocos no Norte

O início de 2014 está sendo de muito trabalho, mas também de muita satisfação para o agricultor familiar Antônio Amaro Viana Ferreira, 53 anos, que vive numa pequena propriedade na microbacia Tipity, em São Francisco de Itabapoana, no Norte Fluminense. Produtor de coco e banana, ele vende a produção para grandes centros, como o Rio de Janeiro, e viu o preço do coco subir 40% neste mês. Em seis meses, o índice acumulado chega a 140%. A unidade - que no inverno era vendida por R$ 0,60 - passou para R$ 1,40 no início deste mês.

“As pessoas gostam de água de coco. Nada melhor que um coco bem gelado para matar a cede e aliviar o calor”, disse. Por semana, Antônio Amaro entrega aos fornecedores 35 caixas com 12 cocos cada. Além de comemorar o crescimento nas vendas, ele está satisfeito também com o sucesso da recuperação de uma área degradada em sua propriedade, considerada por muitos um exemplo de respeito ao meio ambiente na produção agrícola.

Há três anos, Antônio Amaro recebeu incentivo do Programa Rio Rural, da secretaria estadual de Agricultura, para recuperar a mata ciliar dos açudes, uma encosta de morro e uma nascente. Atualmente, se prepara para mais um projeto de recuperação ambiental neste ano, onde mais um hectare de área de recarga será protegido e reflorestado. “Daqui só vendo o coco e a banana. O restante é dividido meio a meio com os bichos e minha família. Até os peixes do tanque divido com as lontras, que voltaram após o crescimento das árvores do morro. Não fosse o Rio Rural, meus açudes iam acabar, porque o morro tinha muita erosão e estava descendo, soterrando a criação de peixes”, explicou o agricultor.

Técnico executor do Rio Rural na microbacia Tipity e supervisor da Emater-Rio no município, João Henrique das Posses foi o responsável pela identificação do problema ambiental da propriedade e pela orientação no processo de recuperação. “Estou muito satisfeito com o trabalho neste sítio. Empolga muito ver uma área, antes degradada, totalmente recuperada. Ver os bichos de volta dá muita alegria. Os pássaros, os lagartos e até as lontras estão de volta e isso é sinal de sucesso”, revelou.

João das Posses explicou ainda que o processo de recuperação ambiental será concluído com o plantio de árvores nativas em mais uma área degradada. Em 10 anos esta propriedade estará totalmente equilibrada do ponto de vista ambiental. Do alto do morro, ela já se destaca na região como a mais verde”, avaliou.

Para o secretário estadual de Agricultura, Christino Áureo, o grande mérito do Rio Rural é estimular a adoção de tecnologias de baixo custo e fácil manuseio ao agricultor familiar, possibilitando, dessa forma, o manejo sustentável das lavouras. "A recuperação de áreas degradadas promove uma verdadeira transformação no ecossistema. O Programa Rio Rural, em parceria com outras instituições de ensino, pesquisa e extensão rural, vem incentivando essa prática em diversas áreas do Estado como na região Serrana, por exemplo. Os resultados têm sido extremamente satisfatórios", acrescentou.

http://www.microbacias.rj.gov.br




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