Morador da microbacia São Luís e Jararaca em Itaocara, no Noroeste Fluminense, Odilon trabalha em parceria com o irmão caçula, Gessivaldo. Juntos têm uma área de 27 hectares para o cultivo das olerícolas. Com o apoio do Programa Rio Rural (da secretaria estadual de Agricultura), cercaram três hectares para proteção da área de recarga e optaram por subprojetos que reforçam o manejo agroecológico da lavoura. O Rio Rural subsidiou a fertilização orgânica, a irrigação por microaspersor e a aquisição de mudas de qualidade – de quiabo, cultura já praticada pelos produtores, e de graviola, novo investimento.
“Este programa é muito bom porque dá apoio e presta assistência ao pequeno produtor, mostrando novas possibilidades. Escolhemos ampliar o plantio com a graviola. Agora vamos trabalhar e aguardar a colheita”, diz Gessivaldo. Os irmãos cultivam aipim, quiabo, maracujá, jiló, berinjela, milho, banana, entre outras culturas. Toda a produção é vendida no mercado do produtor da Ceasa-RJ em Ponto de Pergunta, distrito de Itaocara.
Em todos os cultivos, os agricultores utilizam o manejo agroecológico. Eles fazem o plantio em linha, utilizando um arado de aiveca, roçam o terreno e deixam a camada orgânica no solo. Aplicam urina de vaca, calda sulfocálcica e óleo de nim (um extrato natural de plantas) que combatem insetos e diminuem a incidência de pragas. O resultado é uma lavoura muito mais produtiva, com frutos bonitos e sadios e uso mínimo de defensivos químicos.
Menos erosão, mais produtividade
No cultivo convencional, é comum a prática de arar o terreno. Ao revolver o solo, tira-se dele o carbono necessário para sua produtividade. No plantio direto, o processo limita-se a fazer sulcos ou covas, semear e adubar. Além de conter a erosão, o método permite o acúmulo de matéria orgânica, uma vez que o solo está sempre coberto por plantas em desenvolvimento e por resíduos vegetais. A cobertura protege do impacto das chuvas e das erosões hídrica e eólica.
Extensionista da Emater-Rio e responsável pela implantação do Rio Rural na microbacia, Evanildo Rangel Júnior ressalta que, além dos benefícios ambientais, o produtor ganha independência com o plantio direto. “Ele não depende de maquinário externo para realizar o plantio. Como não precisa alugar tratores para arar a terra, o custo da produção é menor. O solo fofo é mais rico em matéria orgânica, o que possibilita maior aproveitamento dos nutrientes e a redução no intervalo de semeadura das culturas”, disse.
O secretário estadual de Agricultura, Christino Áureo, ressalta o aumento de produtividade com o plantio direto. "Uma lavoura mais produtiva, sem gastos com produtos químicos, resulta em maior ganho líquido para o produtor rural e mais qualidade de vida também. O Noroeste já avançou muito com a agroecologia e vem servindo de exemplo para outras regiões fluminenses", explicou.
Fonte: http://www.microbacias.rj.gov.br
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