No dia 24 de maio completou 50 anos da Peregrinação de Paulo VI a Terra Santa. Paulo VI foi o primeiro Pontífice a pisar a terra de Jesus. Hoje o Papa Francisco também repetiu o gesto visitando a Terra Santa.
A visita foi planejada por Paulo VI na manhã do dia 4 de dezembro de 1963, ao final da segunda sessão conciliar, fez o anúncio da sua vontade de viajar à Terra Santa. Seria a primeira vez na história da Igreja, um Papa teria cruzado os confins europeus subindo em um avião.
Tratava-se de um evento histórico, tornado ainda mais importante por causa do contexto e do propósito. A viagem, de fato, teria sido realizada entre a segunda e a terceira sessão do Concílio Vaticano II, querendo assim significar o desejo do Papa e de toda a Igreja de voltar às origens. Além do mais o Papa teria encontrado o Patriarca de Constantinopla, Atenágoras, colocando em prática o ecumenismo que viria a ser uma das questões mais importantes e discutidas durante o Concílio.
A peregrinação de Paulo VI queria ser apenas de natureza espiritual, como afirmado várias vezes pelo Papa: "Será uma viagem de oração e de humildade, um ato puramente religioso, absolutamente alheio a todo tipo de considerações políticas e temporais”.
Logo em seguida iniciaram todos os preparativos da Santa Sé para que a viagem não tivesse nenhuma conotação política, mas evidenciasse um momento de diálogo entre a ortodoxia católica e ortodoxa. O encontro com um momento entre o sucessor de Pedro e de André, que aconteceu na tarde do dia 5 de maio de 1964.
“Desejamos, sinceramente, que as boas intenções encontradas nestes últimos tempos, de um lado e do outro, e que se confirmam com este encontro abençoado de pessoas e de almas, levem a uma mútua comunhão e a uma maior submissão à vontade de Deus”., refletiu Paulo VI em sua saudação a Antenágoras.
Durante a sua viagem, Papa Paulo VI, além do mundo ortodoxo, foi capaz de aproximar também o hebraico. Sem nunca citar o Estado de Israel, que o Vaticano não tinha ainda reconhecido, o Santo Padre pronunciou estas palavras: “Desta terra única no mundo pela grandiosidade dos acontecimentos da qual foi teatro, a nossa humilde súplica se eleva a Deus por todos os homens, crentes e não crentes; e acrescentamos, pelos filhos do País da Aliança, cujo caráter na história religiosa da humanidade não podemos esquecer”. "
Não faltou a oportunidade de defender a memória de Pio XII e se lembrar de como concretamente tinha se mobilizado para salvar muitas vidas inocentes. Paulo VI falou assim do seu antecessor: “Aqueles que como nós conhecemos mais de perto esta alma inocente sabemos onde pode chegar a sua sensibilidade, a sua compaixão pelos sofrimentos humanos, o seu valor e a bondade do seu coração. Bem o sabiam também aqueles que, terminada a guerra, vieram, com as lágrimas nos olhos, para agradecê-lo por ter-lhes salvado a vida”.
Ricardo Gomes
* Pesquisador de Cultura Popular
* Pesquisador de Cultura Popular
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