Presente no encontro, o secretário estadual de Agricultura, Christino Áureo, afirmou que a presença de agricultores de diferentes municípios demonstra o sucesso do Rio Rural, que tem como princípio a participação direta e efetiva das comunidades. Ele lembrou o papel social do agricultor familiar na produção de alimentos e enfatizou que o setor vem investindo na qualidade de vida, além de incentivar práticas que tornem a atividade sustentável. "É preciso ser grato aos produtores, valorizar essa profissão e batalhar para que eles tenham vontade de continuar no meio rural, tornar o meio rural atraente para que o jovem, principalmente, possa olhar o campo com dignidade e esperança", declarou.
Christino também anunciou a criação do novo programa da secretaria, Vozes da Produção, que investirá na instalação de antenas de telefonia celular próximo a comunidades rurais, possibilitando o acesso a tecnologias da informação aos agricultores. "Com esse programa, quem vive nas áreas rurais terá acesso a informações de mercado, ganhando autonomia em sua atividade. Se o agricultor consegue se comunicar, ele vai saber exatamente quais são os preços praticados no mercado, e assim poderá vender a um preço justo o produto de seu trabalho, fruto do suor de sua família", explicou. A licitação para instalação das primeiras antenas deve ocorrer já nas próximas semanas e a estimativa é que cerca de um milhão de pessoas sejam beneficiadas até 2018.
Investimentos na produção e na preservação
Durante o encontro, o produtor de alimentos orgânicos Marco Antônio Coelho, do assentamento Fazenda Engenho Novo, em São Gonçalo, esteve atento às informações sobre o andamento dos trabalhos em seu município. Membro do Cogem da microbacia Rio Aldeia, recebeu R$ 5.600 do Rio Rural para desenvolver projetos sustentáveis em sua propriedade de 2,2 hectares. Ele usou os recursos para instalar um kit de criação de galinhas poedeiras e comprou material para proteger a mata no entorno do córrego que passa pelo sítio.
Segundo Marco Antônio, o cercamento da mata ciliar forma um corredor de ligação florestal com os sítios dos vizinhos, permitindo a circulação da fauna. "Quando eu for solicitar recursos de crédito rural, não terei problemas com a adequação ambiental de minha propriedade", diz, confiante. O produtor pretende também complementar os investimentos já realizados com a compra de uma roçadeira elétrica, adequada à produção agroecológica, porque mantém a cobertura do solo.
Participação comunitária
Membro do comitê da microbacia Rio Cachoeira, em Magé, o agricultor José Antônio Calado apresentou trabalhos realizados em sua comunidade, destacando a importância da participação dos moradores para o desenvolvimento local. Calado "O agricultor precisa entender que pode exercer sua cidadania e que este é um projeto que dá à comunidade o poder de decisão. A partir das assembleias do Cogem, podemos tomar a dianteira, mas para isso é preciso cumprir deveres, como a participação das reuniões, e também garantir nossos direitos", disse.
Durante o evento, técnicos da Emater-Rio que se destacaram pelo trabalho de promover o desenvolvimento rural sustentável foram homenageados pela secretaria de Agricultura com placas de agradecimento.
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